“Porque caem os Impérios” é o título do livro escrito por dois investigadores, John Rapley e Peter Heather e que foi bestseller e é considerado um livro de referência, e livro do ano pelo Financial Times.
A curiosidade que o título me levantou e as credenciais que apresentava, levou-me a comprá-lo, e depois de o ler ficar dececionado com a tese que apresentou e fundamentou, por me parecer redutora, e muito pouco científica para ser escrito por dois cientistas e especialistas, um em História Medieval e o outro em economia política.
Redutora porque depois de analisar a queda do Império Romano, os autores confirmaram a hipótese inicial por eles levantada, ou seja, ter sido causada pela emigração, ou seja, pela vinda de diferentes povos e culturas, para o centro político do império, com identidades próprias que mantiveram ao longo do tempo, e minaram o império por dentro, fazendo-o implodir.
Não sou especialista em História desse período, no entanto parece-me que há outras causas, que foram tanto ou mais determinantes que essa, tal como a cisão do império em dois, o desgaste do Exército, o alargamento excessivo das fronteiras do Império, tornando a linha de comunicações entre a sede do império e os territórios conquistados muito extensa, bem como pela existência de alguns imperadores, com alguns distúrbios mentais, e governando para as elites, ou seja, terá havido uma série de causas, que integradas o fizeram ruir.
Eu gostaria de concluir esta minha crónica afirmando que, a integração dos emigrantes é fundamental que seja efetuada convenientemente, devendo os governos traçar políticas públicas eficazes nesse sentido, e não o contrário.
Tenho receio que alguns partidos políticos populistas e de extrema-direita, façam esta tese e em vez de se preocuparem com a integração, a aproveitem para justificar políticas racistas e xenófobas anti-imigração.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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