Depois de visionar o ocorrido na placa de Base Aérea de Figo Maduro, sita no Aeroporto da Portela, aquando da receção de alguns portugueses fugidos da guerra do Líbano, e independentemente de eventualmente o Ministro dos Negócios Estrangeiros, não ter percebido a alegada razão de segurança evocada para não se poder deslocar para a placa da Base, com o fim de receber esses cidadãos, a atitude do Ministro foi deplorável, ao gritar em público com o Chefe do Estado-maior da Força Aérea e o Comandante da Base.
De acordo com o que apurei, a placa da Base estava cheia de jornalistas e membros do gabinete do Ministro, razão pela qual o Ministro não terá percebido a razão de ser, de ter sido impedido a ela se deslocar. Não obstante a forma como Paulo Rangel destratou o Comandante da Base e o Chefe de Estado-Maior da Força Aérea, gritando-lhes e zangando-se com eles em público, denota uma falta de competência para exercer o cargo , e uma falta de sentido de Estado, incompatível com o cargo de Ministro dos Negócios Estrangeiros que exerce, um cargo em que a Diplomacia é o requisito fundamental exigível para o exercício do mesmo.
As Forças Armadas foram desrespeitadas como instituição, e o mínimo que as chefias militares devem exigir é que o Ministro se venha a retratar publicamente. Caso tal não aconteça, o Primeiro-ministro deve ter a hombridade de o fazer em nome do governo, dado que este pode ser o primeiro caso que o retirará do seu, ainda, estado de graça, da campanha eleitoral prolongada, que finalmente terminará, com a aprovação do Orçamento de Estado.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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