Geral Opinião

Os interesses das superpotências e a hipocrisia dos discursos

VEJA

Houve manifestações na Geórgia a propósito do reatamento das ligações aéreas entre Moscovo e Tiblissi, e houve um discurso da Primeira Ministra perante as tropas a afirmar que considera que as regiões de Nagorno-Karabakh pertencem ao território georgiano e que foram ilegalmente anexadas pela Rússia, à semelhança da Crimeia e de Donbass, na Ucrânia.

Putin, a este propósito, mostrou-se muito surpreendido num discurso que efetuou na televisão russa, pois segundo afirmou pensou que o restabelecimento das ligações aéreas entre as duas capitais fosse motivo de alegria e não de contestação.

Da minha análise do acontecimento, fico sempre surpreendido quando ouço alguém, com responsabilidades, pensar que os povos e nações que foram vítimas de uma invasão no todo, ou em parte, fiquem satisfeitos com esse ato de agressão e ilegal de acordo com a Legislação do Direito Internacional, e recordo-me sempre dos discursos do generais americanos no Iraque, onde estive em missão, que ingenuamente, ou talvez não, que se iniciavam sempre com a declaração de que os EUA só estavam no Iraque para ajudar o país a desenvolver-se pacífica e sustentadamente e não por interesses energéticos e estratégicos.

Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma

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