Geral Opinião

Os EUA vão entrar em Gaza

Foto: RFI

Netanyahu está prestes a iniciar uma nova operação militar para reocupar a faixa de Gaza e provavelmente dela expulsar os palestinianos.

A operação em causa, só se iniciará após terminar a visita planeada de Donald Trump à Arábia Saudita, no decorrer do mês de maio, onde se têm realizado diversas reuniões da Liga Árabe, aonde têm sido apresentadas, algumas soluções para o términus da guerra, mas nenhuma delas tem sido aceite pela contraparte israelita.

Pode ser que Donald Trump consiga perceber o problema de Gaza, e da Palestina em geral, de qualquer forma, caso a reunião na Arábia Saudita não tenha qualquer desenvolvimento no sentido de se alcançar a paz, Israel começará a ocupação total do território.

Entretanto, esperemos que Israel decida deixar entrar ajuda humanitária no território, mesmo que a garantia de que esta não seja entregue ao Hamas, justificação dada por Israel para não deixar entrar esse apoio essencial à população civil, e dessa forma usar a fome como arma de guerra, seja feita por companhias de segurança dos EUA, forças com caraterísticas muito semelhantes à temida Wagner russa.

As companhias de segurança são atualmente forças militares, extremamente bem armadas, com capacidades militares semelhantes às das Forças Armadas dos Estados, que as mandam executar missões específicas, por vezes no domínio da ilegalidade, em termos do Direito Internacional, intervindo nos conflitos armados em defesa dos seus interesses. Claro que o uso destas companhias “privadas”  de segurança, dão grande flexibilidade aos atores políticos que as usam, pois estas normalmente atuam sem qualquer tipo de ética, e não passam dum subterfúgio, para que os estados atuem, normalmente externamente, sem grandes consequências em termos de condenação internacional.

Temo que o uso destas companhias de segurança dos EUA a pretexto de garantir a entrega da ajuda humanitária à população civil, não seja uma forma indireta da entrada dos EUA na guerra.

Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma

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Nuno Pereira da Silva

Coronel de Infantaria na Reserva

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