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Os EUA não podem ser mediadores do conflito ucraniano

Um dos pressupostos essenciais para a escolha de um mediador, em qualquer conflito, é que ele seja isento, e que não seja, ou não tenha sido parte do mesmo.

Quero com isto excluir tanto os EUA como a Europa de serem mediadores no conflito da Ucrânia, porque ambos ainda são dadores de sistemas de armas e fornecedores de serviços eletroeletrônicos, como satélites, meios de comunicação de dados 3G em tempo real entre outros.

Os EUA ao mudarem de administração, querem obrigar Zelensky a capitular, para acabar com a guerra, que atualmente no terreno está estagnado, não tendo os Russos ainda sequer conquistado os objetivos que declararam, objetivos que paradoxalmente Trump parece estar disposto a ceder-lhes, para conseguir separar a Rússia da China, uma distopia em que somente Trump acredita conseguir.

Em minha opinião o intermediário a escolher para mediar este conflito, deveria ser a OSCE, que integra todas as partes, e é uma Organização que para o efeito foi criada.

Não sendo a OSCE a Turquia poderia ser uma opção, pois já tem sido usada nessas circunstâncias, tais como a Arábia Saudita e o Qatar, tendo-se este último especializado nos últimos anos neste domínio, tendo até Trump  já o ter usado quando negociou a saída do Afeganistão, sem sequer ter avisado os seus aliados, algo que ele constantemente tem feito, por na prática os considerar como vassalos.

Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma

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Nuno Pereira da Silva

Coronel de Infantaria na Reserva

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