Geral Opinião

Os Curdos revoltaram-se em Paris de forma excessiva mas compreensível

Foto: Thomas Samson/AFP

Numa das minhas deambulações em Bruxelas apanhei um táxi conduzido por um Curdo, que me falou da sua nação, cujo território está dividido em quatro países, com tal paixão e saudade, que me embeveceu por infelizmente conhecer a triste realidade em que o seu povo vive, por todos os países onde se espalha o seu território, cruelmente perseguido e torturado.

O Químico Ali, Ministro do Executivo do Saddam, no Iraque, costumava bombardear a população Curda com armas químicas, advindo-lhe dai o cognome. Mais recentemente no Irão, mataram uma jovem Curda por não usar convenientemente o véu islâmico, algo que originou uma revolta enorme por todo o país, no entanto, a Turquia que mais tem perseguido de uma forma mais contínua o povo Curdo, dentro e fora das suas fronteiras, usando todo o seu poder de influência na NATO e nos EUA para que estes nunca consigam apoios no Ocidente para a sua causa, malgrado estes tenham por várias vezes sido aliados dos EUA contra o Saddam e mais recentemente contra o Estado Islâmico.

O assassinato de três Curdos em Paris foi um pretexto, para que estes, num estado livre e democrático pudessem expressar todos os seus sentimentos de desânimo, de ódio, enfim, um pouco excessivamente mas que consigo perceber.

Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma