Geral Opinião

O Reino Unido aproxima-se da UE como tábua de salvação

Com a mudança do partido do Governo no Reino Unido começaram-se a descobrir dívidas ocultas, sinal de que financeira e economicamente o país está com graves problemas, algo que obrigou o novo primeiro-ministro trabalhista a vir a terreiro para anunciar medidas drásticas de austeridade.

Esta crise era expetável desde que o Reino Unido se desligou da União Europeia, após um referendo que deu luz verde ao Brexit, que se baseou em medos relativos à emigração, falsas notícias e alguma sobranceria britânica, além de se basear em falsos pressupostos, sendo um deles   que os EUA aprofundariam a sua relação económica com o país, e outro em que se voltariam privilegiadamente a centrar no seu antigo Império,  que a Commonwealth seria o instrumento ideal para essa política, que compensariam as eventuais perdas resultantes do Brexit.

A saída da UE, pelo contrário, afastou investidores da Bolsa Londrina, afastou algumas empresas da Commonwealth que se instalavam  no UK, para através do país entrar na UE, e afastou o turismo europeu, pois a maioria dos turistas europeus, que iam ver a pompa da Monarquia Inglesa, deixaram de ir porque  não têm passaporte, nem o querem tirar para uma escapadinha a Londres, enfim, levou o país a uma situação difícil, que esteve camuflada pelas crises Internacionais, como os reflexos energéticos da guerra da Ucrânia, e  sobretudo pela Covid.

Para obviar o problema o novo Primeiro-ministro britânico iniciou novamente contactos bilaterais com a Alemanha onde firmou vários protocolos de cooperação, e irá assinar outros também com a França, estados-membros que o estão a receber de braços abertos, pois a UE só tem vantagens na manutenção de boas relações com os britânicos, que dispõem de umas boas Forças Armadas, numa altura que a Europa se sente ameaçada pela Rússia, e receia que Trump se for novamente para o poder “abandone a NATO” ou que a desvalorize muito.

A reaproximação do Reino Unido à UE é um bom sinal e em meu entender é um primeiro passo para a sua reintegração plena, que deverá ocorrer a médio-prazo.

Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma

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