O HTS, a coligação sunita que conquistou Damasco, precisa de conseguir fazer uma transição de poder pacífica, precisando para isso de reforçar o seu poder em todo o território Sírio.
Para que isso aconteça o Ocidente precisa de nāo perder tempo e através da Turquia, e dos outros Estados Sunitas moderados da regiāo, de que é exemplo a Jordânia, auxiliar o HTS a conseguir consolidar efetivamente o seu poder. Para além disso o Ocidente deve tentar impedir, que o HTS se alie ao Estado Islâmico, que embora enfraquecido, ainda gere os territórios na fronteira com o Iraque, e que se está, com este vazio de poder, a expandir para sul, e apoiá-lo na luta que este vai ter de travar com esse grupo terrorista, bem como numa eventual guerra que este terá de efetuar contra os outros grupos, dado que o HTS, parece ser o mais moderado de todos os grupos presentes na Síria, tendo inclusive já dado sinais de que quer cooperar com o Ocidente.
Os ataques aéreos que os USA têm efetuado contra o Estado Islâmico, devem, para esse efeito continuar, e eventualmente ser intensificados.
Os USA devem também, com a sua influência conseguir que os Curdos Sírios, seus aliados na guerra contra o Estado Islâmico, venha a ter na nova arquitetura da Síria, um estatuto semelhante aos Curdos Iraquianos, que nesse território têm uma grande autonomia, nomeando mesmo o seu Presidente do Estado.
Para além disso os EUA e o Ocidente vāo ter de conseguir neutralizar por completo as ex-forças armadas do exército Sírio, fieis ao ex-ditador, e impedi-las de se juntarem aos grupos terroristas xiitas do Iraque, “proxis do Irāo”, que ameaçam o Ocidente, ou seja, têm de neutralizar essa ameaça que poderá vir do território iraquiano.
Os EUA e a NATO, para evitar uma aliança com a Rússia deverāo ajudar a formar umas Forças Armadas únicas, que integrem todas as fações leais ao novo regime, e deverāo à semelhança do que foi feito no Iraque, ajudá-los a criar todas as estruturas de comando e controlo que estes necessitem para as comandar, e eventualmente reconstruir as estruturas civis do território capazes de ajudar o desenvolvimento sustentado do país, pois se o nāo fizerem a Rússia certamente o fará, para manter a todo-o-custo as duas bases que têm no território, pois como sabemos a estratégia é inimiga do vazio, e o tempo urge nesta guerra pelo controlo do Médio-Oriente.
Só desta forma o Ocidente conseguirá evitar uma nova onda migratória, e inclusive conseguir que os refugiados na Europa voltem ao território Sírio para o ajudar a desenvolver.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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