Opinião

O que é a liberdade?

Ontem comemorou-se o dia da liberdade, convido-vos por esse motivo a refletir um pouco sobre esse conceito, sobre o qual se debruçaram vários filósofos ao longo dos tempos, facto que indicia que o conceito difere de acordo com o espaço temporal e época histórica em que ocorre.

Se para alguns, a liberdade de votar democraticamente e de se exprimirem em público e nas redes sociais significa liberdade, para outros a liberdade só existe quando as necessidades básicas da pirâmide de Maslow estão satisfeitas.

Para as religiões monoteístas, Deus deu-nos liberdade de escolher entre a virtude e o pecado, entre Deus e o Diabo, desde o início dos tempos, ou seja, desde a história de Adão e Eva no paraíso.

De acordo com a Bíblia, Eva companheira de Adão, teve liberdade para comer ou não comer a maçã, fruto que Deus tinha proibido o casal de comer, tendo esta optado por a comer, razão pela qual foi responsável pela expulsão do casal do paraíso e pelo pecado original.

Para os existencialistas, nós todos somos os únicos responsáveis pelas escolhas que fazemos, pois à nossa frente não há nada, não há nenhuma essência anterior, não há nenhum determinismo, ou seja, temos liberdade de escolher o nosso rumo, pois a existência precede a essência, como afirmava Jean Paul Sartre.

O facto de termos liberdade de escolher, para Sartre, não implica que não fiquemos angustiados pelo simples facto de a temos, ou seja, não implica que não tenhamos sempre uma angústia inerente ao facto de termos ou não termos feito uma boa escolha e, não refletirmos sobre quão diferente seria o caminho se tivéssemos tomado outras opções.

Neste 25 de Abril do ano 2021, em plena pandemia, devemos refletir realmente sobre o que significa a liberdade, para cada um de nós e para todos coletivamente, neste particular contexto, em que a pobreza, fome e o desemprego nos ameaçam individualmente e como sociedade.

Nuno Pereira da Silva

Coronel de Infantaria na Reserva