Se atentarmos à história mundial as ditaduras de direita, estas surgem normalmente após um período de crise, em que as instituições parecem paralisadas e a corrupção aumenta, colocando em causa o sistema democrático.
Nessas alturas de crise, normalmente, surge uma figura que capitaliza o descontentamento e que, por vezes por eleição como o caso do Hitler, ou na sequência dum golpe de estado, toma o poder, assenhora-se dele e nele permanece, instaurando um regime autocrático, ditatorial, e retirando todas as liberdades, direitos e garantias à população.
Passou-se com Salazar que, embora noutros tempos, conseguiu controlar um país e instaurar um regime autocrático, na sequência do 28 de Maio, regime que durou grande parte do século XX português, passa-se atualmente com Vítor Orban na Hungria, este foi eleito democraticamente, estando este fenómeno a alastrar-se aos países designados por países do Visegrado, dos quais destaco a República Checa e a Polónia.
É urgente que o sistema democrático liberal se refunde, se modernize, que responda eficientemente e eficazmente aos anseios da população enquanto é tempo e que, persiga a corrupção, embora esta última também exista em autocracias, de que é exemplo a Rússia que, devido a haver um rigoroso controlo da impressa e das redes sociais, faz com que a maioria da população desconheça a sua endémica existência.
Penso que temos que nos começar a preocupar em preservar a democracia liberal representativa e não nos deixarmos embarcar por cantos de cisne enganadores, nacionalistas, populistas e xenófobos, que se aparentam como salvadores da pátria, agitando a corrupção como bandeira e exigindo reformas penais medievais.
Como dizia Churchill a democracia é o melhor dos piores sistemas.
Nuno Pereira da Silva
Coronel de Infantaria na Reserva
Adicionar comentário