O direito inalienável das mulheres mandarem no seu corpo, e poderem decidir se querem ou não continuar uma gestação normal, é hoje na sociedade moderna, um direito dado como adquirido, pois a liberdade da mulher é inquestionável, e prevalece sobre qualquer outro direito, sendo um pretenso sinal de modernidade.
Não quero com esta crónica discutir esse assunto, que pessoalmente me choca, quero sim narrar um episódio, que paradoxalmente se passou comigo ontem, num hospital veterinário, onde levei uma cadela minha, para marcar a tomada de uma injeção abortiva, pois não pretendia ter uma nova ninhada de cachorros a nascer-me em casa, nesta altura crítica da minha vida, tendo recebido como resposta da funcionária da receção, que a maioria dos veterinários do hospital se recusavam a ministrar esse fármaco, devido a alguns eventuais, pouco prováveis, efeitos secundários que poderão vir a ocorrer à cadela, ou seja, na prática alegam objeção de consciência, a ministrar essa injeção.
Fiquei ciente da sociedade em que vivo, em que se humanizam os animais e deshumanizam as pessoas
Não tenho mais comentários nenhuns a fazer.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reserva
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