Oito mil milhões de pessoas no mundo é um acontecimento que é preciso comemorar, sem deixar de nos preocuparmos um pouco, pois a par das alterações climáticas o mundo está perto de de tornar insustentável, estando por isso à beira da catástrofe, ou no mínimo de um ataque de nervos.
Enquanto que no Ocidente, apesar do bem-estar, da assistência médica e do consequente aumento da esperança de vida-média, a população está a definhar, pois parece que ninguém quer ter mais que um filho, ou no máximo dois, paradoxalmente na África Subsaariana e na Ásia, muito em particular na República Democrática do Congo e na India, o crescimento da população é exponencial, apesar de neles a esperança média de vida ser muito menor, facto que me leva a concluir que este crescimento exponencial da população global pouco tem a ver com os desenvolvimentos científicos e os sofisticados sistemas de saúde, mas sim com a necessidade de mão de obra infantil para ajudar à subsistência das famílias.
A República Democrática do Congo é um paradigma do que acabo de afirmar, por estar em guerra há décadas, por ser assolado por doenças e pelas alterações climáticas, por ser ser um país subdesenvolvido, com sistemas de saúde deficientes, com uma mortalidade infantil elevada e uma esperança média de vida baixa, e apesar de todos estes fatores negativos, é um dos países que mais contribuiu para o elevadíssimo número de habitantes do globo.
O crescimento exponencial da população mundial, a par das alterações climáticas que assolam a maioria dos países subdesenvolvidos poderão ser uma ameaça à segurança global, pois poderá ser gerador de tensões e de guerras sobretudo pela procura de recursos essenciais à vida, de que é exemplo a água potável, bem como ser gerador de elevados números de migrantes climáticos.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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