Custa-me muito como militar, ver elementos das Forças de Segurança, muito em especial a GNR, força que se diz militar, a marchar em Lisboa, convocados por um movimento inorgânico denominado movimento zero.
Como militar do Exército, não consigo compreender, que existam militares da Guarda, no ativo, a participar em manifestações convocadas por um movimento inorgânico e anti-democrático, com palavras de ordem contra o ministro que os tutela, Eduardo Cabrita, por muito mau que seja o seu desempenho, demasiado violentas, em português coloquial e vernáculo, exigindo a sua demissão imediata, facto que em minha opinião, é uma atitude
grave de indisciplina, passível de punição por infringirem o Regulamento de Disciplina dos Militares da Guarda.
O movimento zero sendo um movimento nascido e gerido na net, é um movimento de cariz muito pouco democrático e com conotações e ligações à estrema-direita, tendo na manifestação em frente do parlamento, os cabecilhas da manifestação, sido recebidos pelo Vice-presidente do Chega, facto que considero inadmissível.
Fizeram bem os políticos dos outros partidos não terem recebido estes manifestantes, pois ao fazê-lo estariam a dar um péssimo exemplo, e a legitimar movimentos inorgânicos.
Nuno Pereira da Silva
Coronel de Infantaria na Reserva
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