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O Hamas ao não perder ganhou a guerra

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Biden está prestes a conseguir que Israel e o Hamas assinem um cessar-fogo na faixa de Gaza. Não tem sido por falta de tentativas da administração Biden, que o acordo ainda não foi assinado dadas as múltiplas viagens que o Secretário de Estado Blinken tem feito ao Médio-Oriente, sempre com pouco sucesso já que ambas as partes levantaram sempre objeções a que este fosse assinado.

Biden ontem , num discurso ao país e ao mundo, fez questão de realçar, com muito ênfase, que o documento que está prestes a ser assinado é da sua lavra, e que não difere muito duma versão que a sua administração apresentou há cerca de seis meses, para que não haja dúvidas da paternidade do documento, que senão for assinado esta semana, só será assinado já com Trump na Presidência, que tudo fará para receber os louros do mesmo.

Parece-me ser importante que após a eventual assinatura deste acordo, que a Comunidade Internacional, vá ter de resolver o problema definitivo da Palestina e do povo Palestiniano, que se arrasta desde o início do reconhecimento internacional do Estado de Israel, com a criação de dois estados, pois essa é a condição da Arábia Saudita, para voltar aos acordos de Abraão, a que Trump tanto quer voltar

A Turquia por sua vez também tudo irá fazer, no mesmo sentido, para que os seus irmãos da irmandade Muçulmana do Hamas consigam juntar-se à autoridade Palestiniana, e juntos consigam forçar a Comunidade Internacional, a reconhecer um novo estado da a palestina.

Como tenho previsto em crónicas anteriores, política e estrategicamente, caso venha a ser reconhecido um novo Estado Palestiniano, o Hamas acabará por vencer a guerra.

Há no entanto alguns problemas difíceis de resolver nesse domínio, sendo o mais difícil de resolver o relativo às fronteiras desse novo estado, dado que grande parte do território da Cisjordânia está a ser ocupado por colonos armados e radicalizados.

Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma

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