Desporto

O FUTEBOL e o CoronaVirus

Para falar de futebol nada melhor do que bater à porta de quem sabe da matéria. Desta vez falámos com Manuel Luis Castelo que vive no nosso concelho e é Vice-presidente da Associação de Futebol de Lisboa que amistosamente nos recebeu e rapidamente também nos respondeu ao que perguntámos.

A AFL decidiu avançar com alguns apoios às despesas dos Clubes que sem receitas de bilheteira e sem as mensalidades das formações, e com despesas fixas com técnicos e treinadores, não está fácil… pode adiantar pormenores?


A AFL ainda não comunicou quais as medidas de apoio e irá fazê-lo em principio no inicio da semana, 20 ou 21 prevejo que seja emitido comunicado a especificar o tipo de apoio e as respectivas condições, sendo que, penso eu , terão de ser medidas de apoio significativas e geradoras de ânimo e esperança, é natural que se possa achar que não são as desejáveis ou as necessárias, mas garanto que serão, no momento, as possíveis e tudo faremos para que, se existirem condições, possamos ter medidas adicionais. Entendo ainda que a FPF deverá canalizar para as associações verbas que a serem disponibilizadas serão encaminhadas directamente para os nossos clubes.

Na qualidade de vice-presidente da AFL para quando vê a normalização das competições desportivas?


Não é fácil responder com assertividade a essa questão, mas penso que as competições profissionais, pelo que se ouve, irão retomar ainda durante o mês de Maio, no entanto a minha preocupação não se coloca tanto no retomar ou terminar as competições desta época, sendo que as competições distritais já terminaram, mas sim como, em que modo e em que condições as competições da próxima época se irão iniciar, este para mim é que é motivo de preocupação para todos os agentes desportivos.

No nosso Concelho quais são as maiores preocupações?


Penso que as maiores preocupações se prendem com a quebra de actividade, todos sabemos que o futebol de formação, além da componente formativa e que louvamos, evidenciamos e registamos, tem associada uma receita, que advém dos valores pagos pelos atletas na formação, que são vitais do ponto de vista financeiro para esses clubes, existem técnicos, sejam treinadores, sejam técnicos de saúde ou outros que também vêem os seus rendimentos serem diminuídos, ou seja, existem danos , com a quebra da actividade destas instituições, que teremos de tentar minorar, para que não seja colocada em causa o trabalho altamente meritório e de grande responsabilidade social que cada uma das instituições desenvolve na respectiva comunidade.

E ao nível nacional todo o mundo aguarda que a força do futebol dê o pontapé de saída para a abertura da economia com tudo aberto, escolas, lojas, restaurantes e futebol total?


O futebol poderá ser e vai ser garantidamente exemplo para a retoma, nem digo tanto da economia, mas sim da confiança. Para existir retoma tem que existir confiança e para regressar a normalidade nas nossas vidas, penso que o futebol pode e dará um contributo decisivo, todos nós sabemos que o futebol tem a capacidade de juntar à volta do mesmo emblema, sensibilidades tão diferentes, sejam elas politicas, religiosas ou mesmo culturais, quando a “bola” começar a rolar estou certo que algumas mentes ficarão mais disponíveis para afugentar receios, angústias e pensamentos negativos, regressa a emoção e a alegria, porque o desporto e neste caso, o futebol, é…paixão…emoção e alegria.