A Rússia de Putin, que tem como um dos seus objetivos político-estratégicos, destruir a União Europeia e a NATO, embora paradoxalmente, com esta guerra tenha conseguido o efeito contrário, durante anos financiou a extrema-direita europeia de Salvini e Le Pen, partidos que com ele comungam, nos seus programas nacionalistas do mesmo objetivo.
Perante a brutal guerra na Ucrânia, os líderes desses partidos apressaram-se a bater com a mão-no-peito, distanciando-se o mais possível do seu mentor, com o fim de não perderem eleitores, pois aparentemente, e para já a causa ucraniana colhe muitos apoios no Ocidente.
Vitor Orban por sua vez, Primeiro Ministro da Hungria, que tinha uma admiração por Putin e pela sua “democrática” causa, visitando amiúde a sua corte, também de repente dele se afastou, e renega o seu mentor, como o diabo que foge da cruz.
Esta mesma Rússia, autocrática, Putinista e fascista, acusa a Ucrânia de ser nazi, pretendendo com esta guerra desnazificá-la, algo que parece, à primeira-vista, uma acusação falsa, uma vez que Zelensky, o Presidente Ucraniano, democraticamente eleito, é Judeu, e no Parlamento a extrema-direita só tem um deputado eleito.
Infelizmente, a Rússia tem alguma razão acerca da presença de nazis na Ucrânia, uma vez que no país existe um batalhão, denominado por Azov, que infelizmente comunga publicamente essas ideias nazis, e foi responsável, durante anos, por na frente de guerra do Lombass e Donetz, treinar militares e forças militares estrangeiras, de extrema-direita, sendo essa frente de combate, comparável aos campos de treino terroristas da Síria.
Infelizmente, não há fumo sem fogo, e na política nem tudo é a preto e branco.
Nuno Pereira da Silva
Coronel de Infantaria na Reserva
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