O FSB, o serviço de informações e polícia política russa, sucessora do temível KGB de onde Putin foi um dos seus mais altos dirigentes, parece ter perdido o controlo internamente na Rússia, bem como no exterior do seu território, ou seja, parece ter perdido o seu “Know How”, as suas reconhecidas e temíveis competências.
De acordo com as informações que disponho, terá sido fruto de uma análise mal feita da situação ucraniana, que nas suas conclusões defendia a tese de que o regime de Zelensky desistiria de lutar após a invasão rápida e certa de Kiev, que levou a Rússia a invadir a Ucrânia, sem sucesso, até à data, muito embora já tenham decorrido seis meses do início da mesma.
Nos acontecimentos recentes na Crimeia o FSB, mais uma vez, parece ter sido surpreendido com as operações irregulares no território, bem como ora no atentado que levou à morte da filha do Professor Dugin, o ideólogo de Putin na invasão da Ucrânia, com a sua visão de que a Língua Russa se confunde com a Pátria Russa, a visão de Pessoa levada ao extremo no século XXI.
Normalmente existe sempre um cientista geopolítico em quem os políticos baseiam as suas decisões, sendo famosos o Ratzel com a teoria do espaço vital, em quem os alemães se basearam no passado, a teoria do Choque das Civilizações de Daniel Huntington, em quem os USA se basearam para a invasão do Iraque, e presentemente Dugin na invasão da Ucrânia, que defende de uma forma mais recente a Eurásia.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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