O Diário de Notįcias noticiou ontem que as Forças Armadas, mais uma vez, se estão a deparar com um grave problema de falta de efetivos nas suas fileiras, não tendo conseguido explicar as consequências operacionais, que essa falta de efetivos implica, na total inoperacionalidade das mesmas.
Este problema é mais grave no ramo do exército, que nos outros ramos, uma vez que estes se tiverem as guarnições dos navios completas ou dos aviões e respetivas equipas de manutenção, podem funcionar operacionalmente, embora com dificuldades em termos de apoio.
O Exército, por sua vez, necessita de massa crítica, necessita de ter as suas unidades operacionais, com um número mínimo de efetivos, para poder funcionar, um número mínimo para serem operacionais, para atingirem a Final Operational Capability, pois abaixo desse número não se consegue minimamente efetuar treino operacional capaz de proporcionar nem quadros, nem tropas preparadas para combater, por muita tecnologia que haja, que também não dispomos, que possa mitigar a falta de efetivos.
Comparando com uma equipa de futebol, é impossível jogar-se, treinarem-se lances e esquemas táticos, se em vez de 11 jogadores, efetivo mínimo dos mínimos de uma equipa, senão houver lesionados, só tivermos 5, pois com esse número nem se pode jogar, nem treinar a equipa, nem formar treinadores e equipas técnicas, que é exatamente o que se passa atualmente no nosso Exército, em que não temos capacidade de treinar nem quadros nem tropas, com exceção das unidades que têm efetuado missões, em pequena escala, muito pequena escala, no exterior do nosso território nacional.
Nuno Pereira da Silva
Coronel de Infantaria na Reserva
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