A pergunta no ar há vários anos, quando nos referíamos à possibilidade das grandes empresas multinacionais, pelo seu poder económico ou outro, poderem ser considerados atores do Sistema Internacional, têm atualmente uma maior acutilância quando analisamos o comportamento das redes sociais, nomeadamente do Twitter, Facebook e Instagram.
Todas as empresas multinacionais da terceira vaga que citei, têm a capacidade de censurar, de acordo com os critérios internos das mesmas, conteúdos e banir personalidades ou grupos que a elas têm acesso, condicionando assim as políticas internas dos Estados, uma vez que não há qualquer espécie de regulação, neste domínio.
Banirem Trump do Twitter, é uma censura que estas empresas, não podem nem devem fazer, muito embora me custe dizer isso porque nunca o apoiei politicamente, por o considerar um indivíduo que, presidindo à maior potência mundial, fazia com que esta fosse um elemento perturbador do Sistema Internacional, pela sua incoerência e imprevisibilidade.
Todo este poder que estas redes, multinacionais adquiriram é, em minha opinião, ilegítimo e perturbador, pois as suas políticas de censura, como supra referi, as torna, em minha opinião, atores do Sistema Internacional com um peso cada vez maior, podendo condicionar a atuação de um ou mais estados, pela adoção de políticas internas, não eleitas por ninguém, mas de acordo com os interesses internos das mesmas.
Nuno Pereira da Silva
Coronel de Infantaria na Reserva
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