Geral Opinião

O estranho caso da pen retirada do gabinete do primeiro ministro

Foto: O Minho

Tenho o curso de transmissões das armas, e fui credenciado em NATO secreto equivalente na UE, bem como em termos nacionais.

Conheço portanto as regras de manuseamento de documentação classificada, bem como são definidas as áreas de segurança física nas instalações e a quem elas pode ter acesso.

Reconheço que a regra número 1, é de que mesmo sendo detentor de credenciais de classificação elevadas, a informação só deve circular entre quem delas disponha.

Dito isto tenho a convicção que o Palácio de São Bento é todo ele uma área classificada, pelo menos de reservado, e que tem áreas onde só podem entrar pessoas com a classificação de confidencial e até secreto e superior.

Tenho a convicção de que tanto o gabinete do primeiro-ministro, e muito em especial os do gabinete do chefe de gabinete e o gabinete do primeiro-ministro são locais de acesso confidencial e superior, pois se há locais onde há que saber e tomar decisões sobre matérias classificadas e mesmo que as estabelecer, são esses dois locais.

Pelas razões aduzidas, não sei, mas quase que tenho a certeza que não, que os polícias e mesmo os Magistrados do Ministério Público,  que foram investigar e retirar documentos em locais classificados, como os dois gabinetes que referi, tinham alguma classificação de segurança para o poder fazer, e retirar material classificado que ainda por cima estava num cofre.

Será que eu não estou a ver bem o assunto, porque os polícias nem o Ministério público ao mexer numa pen, guardada num cofre, tinham classificação para o fazer, e agora que viram e têm em sua posse não podem divulgar o que viram, nem tirar cópias e têm que a entregar ao gabinete nacional de segurança para a destruir.

O facto destes dados terem inclusive sido transmitidos aos jornais, poderá ser também um crime de quebra de segredo de estado.

Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma

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Nuno Pereira da Silva

Coronel de Infantaria na Reserva

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