O Estado Moçambicano tem, infelizmente, desde a sua independência, sido fustigado por desastres naturais, tornados, inundações severas, com graves consequências para os seus paupérrimos habitantes.
Para além dos desastres naturais, o país foi assolado por uma guerra civil, entre a Renamo e as forças governamentais, que só teve o seu fim, recentemente já depois da morte do seu líder histórico Afonso Dlakama.
Atualmente e após eleições de duvidosa legalidade democrática, o país continua governado por um pseudo-ditador, de seu nome Nyusi, que na cerimónia de posse, de Chefes de Estado Europeus, presentes, só contou com presença do nosso Marcelo Rebelo de Sousa. .
A fome é o pior flagelo que assola o país, onde pululam centenas de ONGs, centenas de organizações laicas e religiosas que trabalham para mitigar esse flagelo da fome, e simultaneamente ministrar alguma instrução a um povo que ainda é maioritariamente analfabeto, e onde cada etnia tem o seu dialecto, não falando a sua língua oficial, único possível factor de União, o português.
As diferentes etnias, a ausência de autoridade do estado , com Forças de Segurança e Forças Armadas corruptas e incapazes de controlar efetivamente o vasto território do país, bem como as suas ricas e abundantes orlas marítimas, fazem com que haja uma enorme sensação de vazio de poder, que como sabemos da estratégia, quando existe um vazio, alguém o irá ocupar.
Em termos religiosos têm coexistindo até à atualidade o animismo, a religião Cristã, maioritariamente Católica e a Islâmica, havendo mesmo missões católicas a ajudar o povo, em regiões maioritariamente Islâmicas, , independentemente do credo que este professe.
As enormes reservas de gás natural, , off Shore, descobertas recentemente no Norte do País, na Província de Cabo Delgado, e dos mais puros rubis do mundo, atraíram as atenções de todo o mundo para a região, numa altura em que se prevê, que gradualmente vá haver grande necessidade de gás natural, para a produção de eletricidade, cada vez mais necessária para o consumo e consequentemente se poder fazer a transição energética para a mobilidade elétrica, dado que este recurso é essencial para gerar eletricidade nas centrais a gás.
Todas estas considerações são importantes para percebermos a guerra subversiva que está a recrudescer em Moçambique, que já fez deslocar cerca de 200 000 habitantes das suas regiões.
A subversão terá começado por um punhado de jovens fundamentalistas Islâmicos, que após terminarem os seus pseudo-estudos numa madrassa fora de Moçambique, terão no seu regresso iniciado uma tímida guerra subversiva, que tem vindo a ganhar dimensão, tendo, recentemente, conseguido atacar com sucesso instalações militares do exército moçambicano, e apreendido diverso material de guerra onde se incluem alguns Mísseis.
Há notícias de que já conseguiram realizar alguns ataques coordenados com meios anfíbeos e terrestres.
Os elementos destes grupos, afirmam pertencer ao DAESH, e querer erguer um novo estãdo Islâmico no Norte de Moçambique, facto que consubstancia uma ameaça para as empresas de extração de gás natural e para as centenas de portugueses que nelas trabalham.
Os interesses na Região por parte das companhias de extração de gás natural, e consequentemente de distintos atores do Sistema Internacional são factores potenciadores desta instabilidade, podendo inclusive estar na base do seu financiamento.
Cabe ao Estado moçambicano lançar uma guerra de contra-subversão nos domínio militar, em vez de tentar esconder a cabeça na areia por não querer dar crédito e visibilidade a mais uma guerra civil a recrudescer no país, e não só dado que necessita de cativar as etnias e consequentemente o povo a colaborar com o estado central.
Sou da opinião que esta ocasião, poderá ser uma oportunidade para a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, CPLP, de intervir, quer na ONU, quer na União Africana, quer na UE, para concertadamente conseguirem apoios internacionais, e inclusive liderarem uma eventual operação militar de guerra contra-subversiva na região, tendo por base, a língua, e o conhecimento mútuo entre Forças Armadas da CPLP, fortalecido ao longo dos anos, nos exercícios de Operações especiais, designados por Felino, e muito em especial com Portugal, dadas as várias ações de formação e de instrução militar, efetuadas sob a égide da cooperação militar portuguesa.
Recordo que Portugal, l em termos de guerra contra-subversiva tem Capacidades ímpares, que não perdeu, fruto da experiência das guerras ultramarinas e da instrução que continua a ministrar nas suas unidades especiais e de operações especiais.
A CPLP não pode perder esta oportunidade de se afirmar quer diplomaticamente, quer eventualmente operacionalmente no palco Internacional, assim haja visão e vontade.
Nuno Pereira da Silva
Coronel de Infantaria na Reserva
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