Geral Opinião

O conclave afinal já começou

A Igreja Católica Instituição milenar, organiza Conclaves para eleger um novo Papa desde o seu início, no entanto as regras para o Organizar, foram estabelecidas por forma a que todos os cardeais eleitores, após a notícia da morte do sucessor de Pedro, tivessem  tempo para se deslocar ao Vaticano, oriundos de diferentes locais, com os meios de transporte que tivessem disponíveis, num tempo em que não havia nem saião, nem internet, razão pela qual eram necessários dez dias para este começar.

Atualmente os cardeais reúnem-se em congregações, que se iniciam quase após a morte dum Papa. No caso de Francisco praticamente todos os cardeais eleitores participaram no seu último adeus, e informalmente já começaram o conclave para a eleição deste.

O conclave a iniciar-se, provavelmente no dia 5 ou no dia 6 de maio, na Capela Sistina, é pois um proforma, pois tudo poderá estar  decidido antes do seu início formal, pois neste longo período de tempo de interregno, os cardeais vão estabelecendo as suas táticas, e a escolher os líderes das diversas fações, todos eles contando espingardas e arregimentando apoios.

De qualquer das formas os Conclaves já não são como antigamente, pois os cardeais podem sair da Capela Sistina, para descansar, após cada dia de trabalho, em que são feitas quatro votações para à eleição do sucessor de Pedro, até que este seja eleito por maioria qualificada, algo que no passado não acontecia pois só podiam após a eleição.

Uma coisa é certa, a igreja milenar, tem o seu próprio tempo, o tempo da eternidade, e qualquer Papa que seja eleito, nunca mudará muito, pois o tempo da sua passagem pelo cargo é sempre efémero, e as alterações que fizer nunca serão irreversíveis.

No entanto houve excepções ao que afirmei, pois houve Papas que conseguiram nos diversos Concílios, fazer verdadeiras revoluções, como foi o caso do Papa João XXIII no século XX, o catalisador do Concílio do Vaticano II, daí em diante houve Papas extraordinários, mas não efetuaram grandes reformas, embora Francisco o tenha tentado, tendo iniciado uma grande reflexão Sinodal, não teve, no entanto, infelizmente tempo de o ver terminado, pois o relatório do mesmo, só será apresentado em 2028 e o novo sucessor de Pedro, terá autoridade para não pôr em prática nenhuma das suas conclusões, porque o Papa é um líder absolutista, após eleito é o único que decide o futuro da Igreja.

Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma

Acerca do autor

Nuno Pereira da Silva

Coronel de Infantaria na Reserva

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