Portugal tem uma zona económica exclusiva muito grande, e está à espera que a ONU aceite que estenda a nossa plataforma continental, por forma a estendermos ainda mais o nosso território, passando o país a ter direito aos recursos naturais que estiverem no solo e subsolo dessa nova zona, embora nela não tenhamos o direito de pesca.
Sendo Portugal um território arquipelágico, necessita de forças militares credíveis nas ilhas para as defender, pois o valor estratégico desses arquipélagos é tão grande que, senão possuírem forças suficientes para os defender, alguém o fará, pois a estratégia tem horror ao vazio.
No nosso território, estão amarrados dezanove cabos marítimos fundamentais para que haja comunicações transatlânticas, que têm de ser vigiadas pois são alvos passíveis de sabotagem, ou seja, são objetivos remuneradores para qualquer potência em guerra com o ocidente, ou seja, serão alvos remuneradores para os russos ou mesmo para terroristas transnacionais.
O Atlântico é hoje um oceano que partilhamos com outros continentes, e pertencendo Portugal à UE é uma fronteira externa da mesma, que temos de ter capacidades militares adequadas para no mínimo vigiar.
Dito isto, despender 2% do PIB, nacional em defesa, como é exigido pela NATO e que a UE aconselha, é um interesse vital de Portugal, que senão for tido em consideração corremos o risco de termos de partilhar ainda mais soberania com a UE, tornando-se o Atlântico uma espécie dum novo novo “Mare Nostrum”, controlado pela Europa.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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