Ouvi o discurso de Putin após ter ganho as eleições no seu país, que não foram democráticas, por não terem sido nem livres nem justas, e foi um discurso que, embora num tom doce e cândido, foi mais ameaçador do que alguns discursos inflamados de assassinos e sanguinários ditadores doutros tempos.
Putin ameaçou todo o Ocidente com uma nova guerra mundial, e criticou em especial a França e o Reino Unido pela, segundo ele, forma agressiva com que têm feito declarações contra a sua operação especial na Ucrânia, terra que considera como russa, pois a parte que já conquistou e parte da que falta conquistar das províncias de Luhansk, Donetsk, Zaporizhzhya e Kherson, já foram por decreto anexadas à Federação Russa, ou seja, já fazem parte do seu território e por isso já passaram a ser um interesse vital, pelas quais se morre.
A guerra na Ucrânia é para ele uma guerra civil, fazendo tábua rasa do direito internacional que desconsidera, pois para ele a história e o direito natural ao território ucraniano, sobrepõem-se a qualquer outro, no fim ao cabo uma atitude muito semelhante à de Netanyahu em Israel.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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