Celebrações sem excessos são particularmente importantes para os doentes cardiovasculares. Saiba porquê.
Nunca é demais relembrar os cuidados que se devem ter em épocas de celebrações, especialmente os mais idosos e os doentes cardíacos.
Diversos trabalhos têm estudado fatores que podem estar relacionados com um maior risco de eventos cardíacos.
Por exemplo, num trabalho publicado no British Medical Journal em 2018 foram estudadas cerca de 280 mil admissões hospitalares na Suécia devidas a enfarte do miocárdio e avaliada a sua relação com as horas do dia, os principais feriados do país e eventos desportivos importantes.
Os resultados revelaram que o risco de ter um enfarte agudo do miocárdio aumentava em 37% na véspera de Natal e que era particularmente elevado em pessoas com mais de 75 anos, com diabetes e/ou com antecedentes de doença coronária.
O dia em que se identificou o segundo maior risco foi o da véspera do Verão. Na Suécia, o dia precede o solstício de verão é o feriado e a celebração mais importante a seguir à véspera de Natal.
Outros estudos têm também demonstrado um risco aumentado de enfarte do miocárdio no Ano Novo.
O motivo pelo qual o período das festas aumenta o risco de eventos cardíacos não está totalmente esclarecido. Pensa-se que alguns dos fatores que para tal contribuem incluem os abusos alimentares e de consumo de álcool, a exposição a fumos provenientes de lareiras, a exposição ao frio, o maior stress emocional e o atraso na procura de ajuda médica perante sintomas suspeitos.
Por este motivo, o período do Natal e Ano Novo, que para nós portugueses é tão importante, deve ser também um período de cuidados acrescidos para todas as pessoas com doença cardiovascular. Lembre-se que é fundamental:
- Não esquecer de tomar a medicação crónica e habitual;
- Evitar excessos alimentares;
- Evitar o consumo exagerado de álcool;
- Evitar temperaturas extremas, em particular o frio;
- Evitar emoções e stress;
- Nunca atrasar a procura de cuidados médicos quando está presente algum sintoma suspeito, tal como uma dor no peito intensa.
Fonte: Dr. José Ferreira dos Santos – Cardiologista no Hospital da Luz
Adicionar comentário