Depois de inaugurar as novas instalações no Real Edifício de Mafra, o Museu Nacional da Música prepara agora um “concerto de aniversário” dos 300 anos do violoncelo Stradivarius “Chevillard — Rei de Portugal”, um dos tesouros nacionais da coleção.
O Stradivarius data de 1725 e é o único instrumento em Portugal com a assinatura do mítico António Stradivari, o célebre construtor italiano de Cremona.
Este instrumento pertenceu ao rei D. Luís I de Portugal, monarca que tocava violoncelo, tendo sido adquirido após a morte do violoncelista belga Pierre Chevillard em 1877, motivo pelo qual é conhecido como ” Chevillard — Rei de Portugal”. O instrumento possui a famosa forma ‘B’, a mais célebre entre as diferentes utilizadas por Antonio Stradivari, utilizada de 1707 a 1726, o período de ouro do construtor.
Preservado no Museu Nacional da Música, foi em 2016 utilizado pelo violoncelista russo Pavel Gomziakov para gravar música de Joseph Haydn, acompanhado pela Orquestra Gulbenkian.
Desta vez, o instrumento será tocado pela violoncelista franco-belga Camille Thomas, a primeira violoncelista a assinar um contrato exclusivo internacional com a Deutsche Grammophon em 2017, uma das mais prestigiadas editoras discográficas do mundo.
Nascida em Paris em 1988, começou a estudar violoncelo aos quatro anos de idade. A sua carreira internacional foi impulsionada em 2014, quando foi nomeada Revelação Instrumental Solista nas “Victoires de la musique classique”— o equivalente francês aos Grammy Awards — e conquistou o primeiro prémio no concurso da União Europeia de Radiodifusão, sendo distinguida como “Novo Talento do Ano”. Em 2018, foi selecionada para a prestigiada lista Forbes 30 Under 30.
Camille Thomas destacou-se também pela estreia mundial do concerto para violoncelo “Never Give Up” do compositor Fazil Say, obra escrita especialmente para ela em resposta aos ataques terroristas em Paris e Istambul. O álbum “Voice of Hope” (2020), que apresenta esta obra, foi o primeiro álbum de música clássica gravado em parceria com a UNICEF, refletindo o seu compromisso humanitário através da música. Atua regularmente com as mais importantes orquestras e maestros do mundo, apresentando-se em palcos de referência na Europa, Ásia e América do Norte.
Camille Thomas toca um Stradivarius de 1730, conhecido como “Feuermann”, cedido pela Nippon Music Foundation. Neste concerto, tocará pela primeira vez num outro Stradivarius, o do Museu Nacional da Música.
O repertório, em que Camille Thomas tocará a solo, inclui música de Johann Sebastian Bach, Auguste-Joseph Franchomme, Pablo Casals e Maurice Ravel.
O concerto realiza-se no dia 12 de dezembro, às 18h00, no Museu Nacional da Música. O bilhete tem o custo de 30 euros e está disponível na bilheteira online da Museus e Monumentos de Portugal.
Com entrada livre desde o dia da inauguração, a 22 de novembro, até final do mês de novembro, o Museu Nacional da Música registou mais de 6500 visitas nos primeiros dias de abertura ao público
Mais informações sobre o Museu e a Agenda, no site do MNM: https://www.museunacionaldamusica.gov.pt












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