A França, com Macron a dirigir os trabalhos, convocou os líderes europeus, tendo em vista voltar a ser o país liderante da UE da Defesa, recentrando-a na necessidade de fazer face ao seu inimigo, a Rússia de Putin.
A França sempre foi o país que liderou o designado eixo franco-alemão da defesa, algo que com o atual conflito, estava a perder pois a liderança, pela proximidade ao conflito e interesses, estava a passar para a Alemanha, dado que a França até esta semana, estava mais preocupada com o flanco sul europeu.
A França reviu a sua posição ao verificar que provavelmente, Trump vai ganhar as eleições nos EUA, e que a Europa poderá ter de assumir as rédeas do apoio à Ucrânia, que a Rússia poderá ganhar a guerra e ameaçar outros países europeus, dado que parece estar a começar a ter alguns sucessos na frente de batalha, e que a Comissão Europeia liderada por uma alemã, quer começar a entrar na definição da Política Comum de Segurança e Defesa, algo que até aqui estava no domínio exclusivo dos estados.
Os recentrados assuntos de defesa nos estados-membros, e o facto de Macron ter levantado pela primeira vez a hipótese de estes poderem eventualmente ter de enviar tropas para o terreno, para defender a Ucrânia e impedir que Putin ganhe a guerra, poderá indicar uma mudança de paradigma na UE, que até agora só tem participado autonomamente, fora do âmbito da NATO, em operações de Petersberg, em operações de paz.
No dia em que a NATO aparentemente teve uma vitória com a entrada da Suécia no seu seio, a França volta a insistir numa autonomia da UE, quiça numa independência, objetivo que persegue há várias décadas.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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