Ainda hoje há quem despreze a pintura abstracionista que surgiu no pós-guerra, com autores como Jackson Pollock e Mark Rothko. No entanto, este movimento foi muito mais do que um estilo artístico foi também um símbolo de liberdade.
No início da Guerra Fria, os Estados Unidos apoiaram discretamente a promoção da arte abstrata, através do projeto Congress for Cultural Freedom, para contrastar com o formalismo controlado e panfletário do realismo socialista soviético.
Enquanto Moscovo impunha linhas, temas e discursos à arte, no Ocidente celebrava-se a liberdade individual e estética. O abstracionismo não precisava de palavras de ordem: bastava-lhe o gesto, a emoção, a força interior.
Ainda bem que assim foi. A arte desse tempo resiste ao tempo como expressão de liberdade e da alma dos seus criadores.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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