A política nacional a banhos vai, pouco a pouco, acordando da letargia que o Verão normalmente impõem, mais por tradição do que por não haver trabalho a fazer.
Nem a retirada dos Aliados da NATO do Afeganistão, onde desde o início da operação dissemos presente, obrigou o Ministro Santos Silva a participar nas Cimeiras extraordinárias da NATO e da UE, que se realizaram “online” , tendo sido nelas representado por um Secretário de Estado.
Feito este preâmbulo, e como consequência do colapso do Afeganistão, e da perda de confiança com que os Aliados ficaram em relação à solidariedade Americana, devido à debandada geral e desorganizada do País, Josep Borrel, Vice-presidente da Comissão Europeia, Comissário Europeu encarregado da Segurança Europeia, responsável pelo Serviço Europeu de Ação Externa, e presidente do Conselho de Assuntos Externos da União, o quarto elemento mais importante na hierarquia da UE, vem propor a criação duma força de 50 000 elementos
da UE em prontidão permanente, para responder aos novos desafios na área da Segurança e Defesa dos interesses europeus e do nosso solo comum europeu.
Este tema vai ter de ser trabalhado e estudado profundamente, em termos políticos e técnicos, pois parece-me à primeira-vista, que será o embrião da construção dumas Forças Armadas Federais Europeias, uma vez que todas as forças nacionais até agora à disposição permanente operacional da UE se resumia a um Battle Group com cerca de 3000 homens, havendo no entanto um Catálogo de Forças cedidas pelo Estados-membros, só para efeitos de
planeamento, com cerca de 60 000 homens, conforme definido no Helsinki Headline Goal.
Como previ, a partir do Colapso do Afeganistão, todos os trabalhos relacionados com Relações Internacionais, Estratégia, Segurança e Defesa, começarão com o seguinte chavão, “Na sequência do colapso da NATO no Afeganistão…“.
Nuno Pereira da Silva
Coronel de Infantaria na Reserva
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