Neste momento e nesta guerra, não há esquerda nem direita, não há árabes islamitas, nem judeus, nem cristãos, pois o que está a acontecer na represália sobre Gaza é antiético, imoral em qualquer religião, e desumano.
O presidente Biden, inclusive, está perplexo, pois se foi no início incondicional apoiante de Israel, o Primeiro-ministro israelita, agora está a mudar o seu discurso e a sua atitude, pois o Primeiro-ministro de Israel, não lhe está a responder aos seus pedidos de realizar pausas humanitárias, nem o de não atacar hospitais, ou seja, o seu parece está a perder o seu poder de influência, o que para a grande potência que comanda, é quase uma humilhação pública.
Biden não pode esquecer que tem eleições à porta, e que tem de apresentar resultados favoráveis na frente externa, já que internamente está muito fragilizado, e o facto das duas guerras em simultâneo não lhe estarem a correr de feição, não o estão a ajudar no sentido de reconquistar o eleitorado.
Os EUA têm sido o fator de estabilidade na região, pois ao enviarem a sua armada para a região têm impedido e, em minha opinião bem, que o conflito escale, como queria eventualmente Putin, que por esse facto estrategicamente perdeu com a sua jogada de ressuscitar conflitos congelados.
Analisando a guerra estrategicamente, a manobra dos EUA ganhou, no entanto do ponto de vista operacional e tático, os israelitas têm de mudar o seu objetivo, se não a querem perder, objetivo explícito que à partida era inalcançável, pois destruir com o Hamas é uma impossibilidade.
Em termos de opinião pública e de Direito Internacional, os israelitas que se tinham o direito de se defender no início do conflito, acabaram por perdê-la com os massacres sobre a população civil e os atropelos ao direito humanitário que estão cometendo constantemente, de que o ataque ao hospital de Al Shifa é o mais paradigmático e gritante.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
Adicionar comentário