Hoje começou o cessar-fogo no Líbano por sessenta dias, afinal Biden tinha armas para conseguir parar a guerra no Líbano, e provavelmente também tinha e tem para a parar em Gaza, pois bastou ameaçar o Primeiro-ministro de Israel que lhe retiraria o apoio político no Conselho de Segurança da ONU, bem como que deixaria de fornecer armamento necessário para Israel se defender. O acordo de cessar fogo assinado pelas partes, no entanto só tem a duração de sessenta dias, ou seja, o período que coincide com o fim do seu mandato, e deixa assim a resolução definitiva do problema para Trump o resolver.
Bibi anunciou nos media que aceitava assinar o acordo, porque o seu inimigo era o Irão, e precisava, por esse motivo, de se preparar para dele se defender, o que pressupõem que poderá estar a preparar um ataque preventivo, mal Trump assuma o poder, no entanto na sua comunicação continuou a ameaçar, que responderá sempre a qualquer quebra de cessar-fogo, por parte do Hezbollah.
Provavelmente Biden vai manter a ameaça sobre Israel para conseguir um cessar-fogo em Gaza, no entanto para o conseguir, seria necessário que o Hamas aceitasse em troca libertar os reféns, algo que em minha opinião só o fará caso o cessar-fogo não seja somente por sessenta dias.
Na minha análise anterior não previ que Biden ameaçasse Israel de retirar o apoio político e militar ao país, pois pensei erradamente, que tivesse coragem para o fazer, e enfrentar o lobby sionista americano. Falhei nesse pressuposto, pois desprezei o facto de Biden querer deixar um legado, de paz no Médio-Oriente, e que esse desiderato se sobrepusesse a todos os outros interesses, muito embora Biden na Ucrânia já nos tivesse dado alguns sinais, de que no final do seu mandato não queria deixar como legado a derrota do Ocidente, o que o levou desbloquear o uso de armas de longo raio de ação no território russo.
O Professor Doutor Adriano Moreira, a este propósito, aconselhava sempre os seus discípulos a não prospetiva a curto/médio-prazo, para que ninguém nos apontasse o dedo por termos falhado, porque segundo afirmava, a longo-prazo, já ninguém se lembraria do nosso erro, e indicava mesmo que era aconselhável só traçar cenários prospetivos, num espaço temporal acima de cinquenta anos .
Não segui o sábio conselho do mestre e falhei, no entanto com a velocidade com que os acontecimentos Internacionais ocorrem nos nossos dias, é impossível analisar os acontecimentos num espaço temporal tão alargado, sob risco delas serem completamente inúteis, pois perdem o momento.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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