A Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) da Foz do Lizandro, na freguesia de Carvoeira, Mafra, foi inaugurada ontem, com um ligeiro atraso pela espera das entidades oficiais , eram cerca das 19h00. A ETAR está integrada no Sistema Multimunicipal de Saneamento gerido pela Simtejo, do grupo Águas de Portugal, localizada a 1,5 quilómetros da foz do Rio Lizandro, vai tratar águas residuais de 28 mil habitantes das freguesias da Carvoeira e parte de Igreja Nova, Mafra e Ericeira, fazendo parte do subsistema da Foz do Lizandro, que integra ainda quatro estações elevatórias e 16 quilómetros de emissários. O investimento total neste subsistema é de 25 milhões de euros, dos quais seis milhões vão ser ainda gastos até 2018. contribuindo para a melhoria das águas balneares, sobretudo das praias da Foz do Lizandro e de São Julião, bem como deste troço do rio. A Simtejo e toda a estrutura das Águas de Portugal vai ser alterada para mais poupança, conforme mais adiante se compreende das afirmações do ministro.
A ETAR vai tratar as águas residuais urbanas , que até agora eram descarregadas nos meios receptores sem tratamento ou infiltradas no solo através de fossas individuais ou colectivas, com impacto negativo na qualidade de água – em particular do rio Lizandro.
Presentes na inauguração quase todo o executivo da CMM, presidentes da Junta de Freguesia, o CEO da AdP Dr Gonçalo Barata, Engº Carlos Martins da direcção da Simtejo que irá para o Algarve, e o Ministro do ambiente Jorge Moreira da Silva que no seu discurso longo, logo após Helder Silva , presidente da CMM ter feito o discurso de apresentação, deu algumas novidades:
“A entrada em operação da ETAR da Foz do Lizandro vai contribuir decisivamente para uma melhoria geral da qualidade dos meios hídricos, superficiais e subterrâneos, com efeitos sobre a qualidade de vida das populações locais, as condições de saúde pública e a ecologia dos ecossistemas ribeirinhos e para as praias da região, em especial a de Foz do Lizandro e a de S. Julião”… “Com um investimento de €5,5 milhões, a infraestrutura foi construída a 1,5 quilómetros da costa e a ETAR abrange uma zona de forte vocação turística, marcada pela acentuada presença humana e que foi definida no PROTAML (Plano Regional de Ordenamento do Território da Área Metropolitana de Lisboa) como polo de apoio ao turismo rural e ao agroturismo, aliado à preservação da paisagem agro-florestal e rural”…
O ministro acrescentou ainda: “Estamos a falar de 92 milhões de euros anuais de poupanças nos custos operacionais até 2045. No total, os municípios pouparão 4100 milhões de euros nas tarifas que lhes são cobradas,
O governante adiantou que, após a fusão das 19 empresas multimunicipais, as cinco novas empresas, a principal medida do processo de reestruturação do sector, vão ser constituídas no dia 30, entrando as novas administrações em funções logo no dia 1 de Julho.
O ministro do Ambiente disse que a fusão vai permitir uma redução em 2/3 dos órgãos sociais das empresas e diminuir em 55% os cargos de chefia e de direcção, num processo de reorganização do grupo Águas de Portugal, que deverá estar concluído até ao final do ano.
Além da poupança nos custos de funcionamento, a reforma vai permitir reduções nos tarifários da rede em alta, cobrados aos municípios.
O governante explicou que “a tarifa da água será inferior em 10% e no saneamento inferior 16% em relação ao que estava previsto”, acrescentando que os próximos cinco anos vão ser de ajuste para se atingir um tarifário único no país.
“Vai originar um agravamento muito moderado em alguns concelhos do litoral. Estamos a falar da Grande Lisboa, com agravamentos de 0,20 euros no consumo médio de 10 metros cúbicos, o que, ao fim de cinco anos, significa um euro para os municípios e uma redução de três euros em municípios do interior”, esclareceu.
Jorge Moreira da Silva afirmou “que a reforma do sector da água era essencial para a sua sustentabilidade financeira, numa altura em que as dívidas dos municípios são de cerca de 400 milhões de euros, e para garantir investimentos necessários, estimados em 634 milhões de euros, sobretudo nas redes municipais, em baixa”.
Anunciou ainda ” que Portugal vai poder beneficiar de 3700 milhões de euros em fundos comunitários”.
No final em confraternização com os convidados foi servido um cocktail terminando a cerimónia de inauguração.
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