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Há uma réstia de esperança para a Síria

Foto: InfoMoney

De acordo com as informações que disponho, na região de IDLIB administrada pelo líder dos revoltosos da Síria, e que tomou o poder em Damasco, havia tolerância religiosa e respeito pelas minorias étnicas, algo que considero que pode ser um bom prenúncio para o futuro da Síria.

Desde que tomou Damasco o líder revoltoso, iniciou com o governo deposto um processo de transição pacífica, e mandou as suas tropas para fora da cidade, entregando à Polícia o controlo da autoridade civil da mesma, bem como autorizou a abertura dos bancos e do comércio, ou seja, parece que pode haver neste líder, ex-arrependido do Al Qaeda, um parceiro confiável na governação da Síria, assim ele continue neste caminho.

Unir todos os outros grupos extremistas que se revoltaram no país, não vai ser tarefa fácil, mas penso ser de toda a conveniência do Ocidente apoiar este líder, que inclusive já fez saber que conta com a colaboração do Ocidente.

Sendo este movimento sunita, parece-me que a Arábia Saudita, juntamente com a Turquia terão que ser os parceiros privilegiados para tentar ajudar este governo, numa transição pacífica, para um novo regime.

Não nos podemos nunca esquecer que há várias tribos  e etnias na Síria, que se aliam de acordo com os seus interesses, e que os outros três grandes grupos que ocupam parte do território Sírio, terão de se moderar, terão de entrar na governação do Estado, a médio-prazo, e que para isso acontecer é necessário que o atual líder tenha poder.

Parece-me que a eventual constituição dum estado-federal poderá ser a solução, com duas câmaras, na primeira sentar-se-iam os representantes eleitos pelo povo, e na segunda câmara  os representantes de todas as tribos e etnias.

Poderá eventualmente esta solução não tentada nestas regiões, eventualmente funcionar, uma vez que a solução do tipo da arranjada no Líbano e no Iraque não tem dado provas.

Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma

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