A batalha contra o Hamas é mais uma desta nova guerra dos cem anos, que interpõem Israel e os Palestinianos, pela posse da Terra Santa, que por ser Santa para três religiões raramente viveu um período de paz duradoura.
O Primeiro-ministro de Israel, na sequência do hediondo ataque terrorista do Hamas contra o seu povo, iniciou uma batalha contra este, que tem como objetivo a destruição da sua estrutura militar e já agora libertar os cerca de duzentos e quarenta reféns na posse do grupo terrorista, não sendo esse o objetivo da batalha, pois como em qualquer operação militar, o decisor político e militar, sabendo à partida que vão haver baixas, estas embora importantes são o preço a pagar para se atingir o objetivo político desejável, ou seja, a conquista do objetivo é mais importante que qualquer vida humana.
A evocação da religião por parte das duas partes em guerra para a justificar, tem sido sempre feita em todas as batalhas desta guerra, um dos lados apelando à Jhiad islâmica, e o outro , no discurso que o Primeiro-ministro de Israel fez ao recusar liminarmente o cessar-fogo humanitário, proposto pela Assembleia – Geral das Nações Unidas, citando a Bíblia justificou-a afirmando “ haver um tempo de guerra e um templo de paz” e que este era o tempo da guerra.
Qualquer invocação do divino, para justificar qualquer guerra no século XXl é anacrónica, é uma reminiscência medieval, e uma desculpa para justificar a verdadeira razão desta Guerra à beira de completar 100 anos , que tem a ver com um problema territorial e infelizmente, existencial para ambas as partes, invocação essa que está a incendiar noutras geografias, sentimentos anti-semitas e anti-Islão, completamente irracionais, mas que as duas partes agitam e exploram eficazmente, na sua guerra de informação mediática global.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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