Desde a manhã de ontem, dia 25 de Fevereiro, que circula nas redes sociais um documento, com o grafismo habitualmente utilizado pelo Governo, sobre um suposto plano de desconfinamento.
O documento apresenta várias datas para o desconfinamento, começando a 15 de Março com o fim do confinamento geral, passando-se ao dever cívico de recolhimento obrigatório, mas também à reabertura de estabelecimentos como os cabeleireiros, e tem ainda a retoma do ensino presencial, com o 1.º Ciclo a reabrir a meados de Março ou início de Abril.
O gabinete do Primeiro-Ministro já emitiu uma nota a desmentir a autenticidade do plano e a anunciar que será feita uma comunicação sobre esta ao Ministério Público.
“Encontra-se a circular um documento falso que apresenta um suposto plano de desconfinamento, imputado ao Governo, o qual consiste numa adulteração abusiva da tabela de desconfinamento divulgada em Abril do ano passado”, lê-se no comunicado enviado às redações.
“Este documento não tem qualquer veracidade, não é da autoria do Governo, nem se baseia em qualquer trabalho preparatório, pelo que às informações constantes do mesmo não deve ser atribuída qualquer credibilidade. Pela desinformação e falsas expectativas que tal documento pode gerar, com o inerente risco para a saúde pública, esta falsificação será objeto de comunicação ao Ministério Público” refere o comunicado.
“O Governo considera que é inoportuno proceder nesta fase a qualquer apresentação ou discussão pública sobre o tema. Este não é ainda o momento do desconfinamento. Pelo contrário, tal como referido no projeto de decreto de Sua Excelência o Presidente da República, não é recomendado pelos peritos reduzir ou suspender, neste contexto, as medidas de restrição dos contactos”, pode ler-se ainda no documento.
O autor do documento
Segundo avança o “Jornal Económico“, o consultor Carlos Macedo e Cunha terá admitido ao “Expresso” que é o autor do documento.
O consultor, terá alegado que o ficheiro oficial destinava-se a “desenvolver uma proposta de plano para apresentar ao Governo, a todos os partidos com assento parlamentar e também ao Presidente da República”, mas que primeiramente o partilhou num grupo fechado de amigos e que este terá sido posteriormente alterado por terceiros, que o terão adaptado graficamente para ter a aparência de um documento oficial do Executivo.
Após apresentar desculpas, Carlos Macedo e Cunha sublinhou que o documento partilhado nas redes sociais não é oficial e “apenas transmite uma base da proposta que ainda estamos a desenvolver”, negando quaisquer responsabilidades pela sua divulgação pública.
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