Geral Opinião

God save the Queen

Hoje não há guerra na Ucrânia, a Rainha de Inglaterra comemora o seu aniversário e simultaneamente o jubileu de platina, ou seja, setenta anos ao serviço do Estado Britânico, que representa.

A Rainha é um dos símbolos britânicos de maior valor acrescentado, pois rende milhões de libras anuais ao Estado em termos de turismo e em termos de merchandising, compensando de sobremaneira os gastos tidos na manutenção anual da causa real, bem como os vícios privados e públicas virtudes dos membros da casa real que alimentam com as suas vidas milhares de revistas cor de rosa em todo o mundo, malgrado não tenham nenhum poder real, para além da representação interna e externa do estado, em termos constitucionais, pois os próprios discursos anuais são escritos pelos governos em funções.

Não tendo nenhum poder constitucional, Isabel soube exercer a sua função de representação externa do Estado Britânico, tendo-se mantido rainha da maior parte dos países da Commonwealth, feito que se deve mais ao seu carisma pessoal do que aos diversos governos britânicos, desde a autodeterminação das nações do ex-império britânico, podendo ser considerada um elemento essencial na afirmação do Soft Power Britânico.

Internamente, a Rainha também tem conseguido apaziguar as tendências separatistas de alguns reinos, algo que me parece um papel relevante desta monarca, cujo poder simbólico se transformou, ao longo dos setenta anos do seu reinado, num verdadeiro poder fático.

Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma