França voltou à direita nesta primeira volta das eleições legislativas que ocorreram ontem no país, que normalmente protesta e revolta-se quando têm problemas dos quais não vêm solução à vista, e que lhes dê esperança de que a curto prazo venham a ter os níveis de bem-estar e prosperidade que anseiam, que nunca poderão almejar com nenhum partido político que elejam para governar no imediato, pois com 110% do PIB em dívida pública e com um défice orçamental de 5,5%, estão mais perto da banca rota e de um resgate do FMI, do que o contrário.
O partido liberal de Macron perdeu as eleições europeias que se disputaram em 9 de junho, a favor da Frente Nacional de Marine Le Pen, e quase de imediato convocou eleições legislativas esperando que, por acaso ou milagre, o povo nele votasse outra vez, com medo do “bicho-papão” da direita radical.
Esta manobra radical e perigosa de convocar eleições imediatamente para se legitimar, não correu como ele esperava, tal como não correu bem para Cameron o referendo que convocou antes do Brexit, pois os eleitorados descontentes com a política interna querem sempre castigar quem está no poder e votam normalmente pelo retorno ao nacionalismo, e nos partidos que tudo prometem.
A esperança da França não cair na extrema direita ainda existe, pois os dirigentes políticos franceses tudo vão fazer em termos de desistências eleitorais nos círculos em que os candidatos ditos “democratas”, tenham hipóteses de ganhar, para caso consigam virar o resultado fazer uma espécie de geringonça a La Française.
A ver vamos…
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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