Retirando o viola e o guitarra, que se torna difícil conseguir como amadores, com honrosas excepções de contar pelos dedos, os cantadores são em maioria e normalmente amadores, e não remunerados. O que torna caro um espectáculo de fados é o pagar aos músicos e os direitos de autor. Não retirando o mérito e a justiça que tudo deve ser, e bem, pago. Longe vai a ideia que os artistas, devem viver mal e não devem ser pagos. O problema é que ninguém tem dinheiro.
Mas tirando o futebol, o fado é que arrasta multidões.
Digam o que disserem o fado faz parar o trânsito. Existem vozes para todos os gostos. Finas , grossas, roucas, gritantes, mas o povo adora a história narrada e a musica de encher o ouvido bem gemida na guitarra. Fado é fado. E o povo demonstra esse carinho, arrastando-se pelas vielas como em procissão atrás dos fadistas que paravam só para uns fadinhos à porta dos restaurantes, infelizmente por pouco tempo e não em todos. Uma loucura de gosto, conhecimento e apetite para ouvir em silêncio e protestando com aqueles que não respeitam as regras de ouvir o fado.
Nesta sexta-feira à noite dia 19 de Junho uma grande e louvável ideia da Junta de Freguesia que aqui registamos sem favor. Uma ideia a repetir todas as semanas, ou e até, todos os dias na época alta. Não é necessário dizermos, basta ver o interesse do povo e dos turistas que ficam surprendidos , fotografam e filmam com um entusiasmo nunca visto.
O guitarra e viola eram, os conhecidos profissionais e residentes pai e filho, dupla Gomes, os cantantes desta noite Júlio Lopes, Rui Pinheiro e Isabel Oliveira que cantaram e encantaram todos os que bem pediram mais. Uma noite como poucas, de calor e ausência de vento, e de esplanadas super-cheias numa Ericeira sempre bela.
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