Chegou ao fim a Expedição Oceano Azul Cascais, Mafra, Sintra, depois de 12 dias de trabalho e mais de 600 milhas percorridas, a bordo do navio Santa Maria Manuela.
Organizada pelos Municípios de Cascais, Mafra e Sintra e pela Fundação Oceano Azul, com o apoio do Governo português, esta expedição cumpriu o objetivo de aprofundar o conhecimento da biodiversidade e dos ecossistemas da região. Os primeiros resultados foram hoje apresentados, numa sessão que se realizou no Oceanário de Lisboa, contando com a presença do Secretário de Estado do Mar, José Maria Costa. As regiões marinhas da montanha de Camões, Cabo da Roca, a plataforma rochosa da Ericeira, e entre o Cabo Raso e a costa sul de Cascais foram identificadas como zonas importantes a preservar.
Este projeto é o primeiro passo para preencher a lacuna de conhecimento dos valores naturais desta zona marinha.
Liderada por Emanuel Gonçalves, responsável científico e administrador da Fundação Oceano Azul, e Henrique Cabral, biólogo e investigador no Institut National de Recherche pour l’Agriculture, l’Alimentation et l’Environnement (INRAE), nesta expedição participaram 58 investigadores de instituições científicas como o MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (unidades regionais de investigação do ARDITI-Madeira, Ispa – Instituto Universitário, Politécnico de Leiria, Universidade de Lisboa, Universidade de Évora), o CCMAR – Centro de Ciências do Mar, o CESAM – Centro de Estudos do Ambiente e do Mar, a SPEA – Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, o IPMA – Instituto Português do Mar e da Atmosfera e o IH – Instituto Hidrográfico. Verificou-se o apoio de 17 pescadores com 5 embarcações de 4 associações.
Os 12 dias de expedição científica, durante os quais se realizaram 270 mergulhos, dos quais 154 científicos, permitiram realizar amostragens ao longo de 60 km de costa. Descobriram-se habitats como jardins de corais, campos de esponjas, florestas de kelp e recifes de sabelária. Também foram identificadas espécies de aves, algumas altamente ameaçadas, mamíferos marinhos, como golfinhos comuns e roazes, espécies de peixes, entre elas atuns, lírios e canários-do-mar, e muitas de invertebrados. Verificou-se a ausência de grandes predadores, como tubarões ou meros.
Será lançado um documentário e apresentado o relatório científico da expedição entre dezembro de 2022 e janeiro de 2023.
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