A UE está a discutir ao nível de Ministros dos Negócios Estrangeiros, a criação de um Comissário da Defesa para coordenar as indústrias de defesa nos diversos estados-membros, ou seja, para coordenar, fomentar e desenvolver as bases industriais de defesa dos diversos Estados-membros e para coordenar as Forças Armadas desses mesmos estados, de acordo com as declarações prestadas pelo atual Ministro dos Negócios Estrangeiros Português, João Cravinho.
Caso esta decisão seja tomada em conselho, parece-me ser um passo de gigante importância na UE que até ao presente momento, não havia relações com os diversos Ministros da Defesa que só participavam nos Conselhos de Relações Exteriores, no segundo dia da reunião e por convite deste.
Esta alteração a meu ver, era há muito tempo necessária, embora em meu entender necessite que o atual Tratado de Lisboa seja revisto, embora e como é prática comum na UE adota-se primeiro a medida por consenso num conselho e futuramente alterar-se-á o Tratado em si.
O facto de se estar a pensar estabelecer dentro do Fundo Europeu de Defesa duas vertentes, em termos de investigação e desenvolvimento de novas tecnologias até à construção inclusive de protótipos, e outro para o desenvolvimento de projetos de Cooperação Estruturada Permanente, que até agora eram coordenados pela Agência de Defesa Europeia, o único organismo onde tinham assento por direito os Ministros da Defesa de todos os estados-membros, era ambos financiados pela comissão, são a justificação para a necessidade de criação deste novo todo poderoso Comissário da Defesa, que assim deixará de ser exclusivamente intergovernamental.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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