Geral Opinião

Erdoğan, o manhoso

Foto: Outras Palavras

Erdoğan, o autocrata autoritário presidente da Turquia, foi o responsável pelas reformas que fez no seu país, contrárias às do Atatürk, que secularizou a sociedade e solicitou a entrada na UE, pois estava disposto a cumprir o consignado em Estocolmo como requisito para entrar.

A reversível das reformas afastou quase definitivamente a possibilidade da entrada da Turquia da UE, objetivo patrocinado pelos EUA que sempre contou com o beneplácito de Portugal.

Erdoğan é, em linguagem coloquial, um manhoso e um homem que quer estar na NATO sem efetivamente querer, ou seja, em nome dos interesses, que afirma serem da Turquia, mas que só a têm afundado economicamente, quer estar sem estar, ou seja, quer sempre fazer a quadratura do círculo, para seu proveito próprio.

Esta sua postura de emersão do sistema internacional, por vezes é tolerada e traz-lhe algum sucesso, não devido a ele mas à posição  geopolítica do seu país que já foi um império temível, esta semana não colheu frutos, ou seja, Putin recebeu-o com frieza em Sochi, e não acedeu ao seu pedido no sentido de renovar o acordo de exportação de cereais ucranianos no Mar Negro.

Erdoğan teve uma derrota diplomática, a sua manha está a deixar de ter efeito, pois Putin não esquece o que a Turquia tem dito e feito no decorrer desta guerra.

Espero que desta vez, com esta crónica não traga problemas diplomáticos ao país, pois da última vez em que me referi à Turquia, numa Revista Militar, que foi aIterado e descontextualizado e pelo facto de estar no ativo, ia tendo problemas pessoais que se podiam refletir na minha carreira. Os serviços de informação turcos são realmente eficazes, pois só assim Erdoğan se mantém no poder.

Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma

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