De repente, Erdoğan tem duas iniciativas inspetáveis, recebe Zelensky e liberta cinco comandantes capturados em Azofstal na cidade de Mariupol, que estavam à sua guarda até ao final da guerra, e pressiona os russos a assinarem o acordo dos cereais sobre chantagem de que se não o fizerem a marinha turca escoltará todos os navios ucranianos no Mar Báltico, desafiando pela primeira vez Putin diretamente.
Com estas duas atitudes, em minha opinião, Erdoğan irá permitir que a Suécia finalmente entre na NATO, pois parece ter assumido um papel mais condicente com o papel de aliado do que o papel de líder regional pretendendo ser um equidistante independente de um país com força e estatuto para mediar uma guerra entre os aliados de que também faz parte, e os russos.
As permanentes negociações diplomáticas, fora dos holofotes mediáticos, com os EUA e com a NATO, devem ter tido um êxito, ou seja, deve ter havido várias cedências às pretensões de Erdoğan, que terão passado por um auxílio à grave crise em que a economia turca está a passar em termos inflacionistas e de política monetária, que o país atravessa, pois a título de exemplo uma lira turca valia 10 cêntimos em 2021, atualmente vale 3 cêntimos.
Para além desse aspeto, que não é despiciendo, em minha opinião, terá havido garantias de não intromissão na sua luta contra a nação curda, quer internamente quer externamente, garantindo que estes nunca conseguissem ter o Estatuto de Estado.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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