Se sofre de dor crónica, é importante que perceba que não está sozinho. Saiba como entender melhor esta “doença invisível”.
A dor aguda é um sintoma que pode sinalizar o organismo para uma lesão ou doença. No entanto, quando se prolonga temporalmente durante vários meses ou anos e persiste para além do problema que lhe deu origem, torna-se uma dor crónica.
Segundo um estudo epidemiológico realizado em Portugal, 36,7% da população – ou seja, mais de 3 milhões de portugueses – sofrem de dor crónica.
A dor crónica é uma doença invisível, o que leva muitas vezes a uma desvalorização da mesma por parte do doente e dos que o rodeiam.
É uma experiência subjetiva, sendo sentida de forma individual e variável de doente para doente. Mais do que nunca, é hora de falar de dor crónica, para que quem sente dor não sofra sozinho.
Impacto da dor crónica
A dor crónica é uma doença e não um sintoma, não traz qualquer tipo de vantagem e é muitas vezes causadora de grande sofrimento. Está associada a um elevado impacto na qualidade de vida do doente e dos que o rodeiam. Tem consequências emocionais negativas, podendo interferir com a autoestima, qualidade do sono, vida familiar e capacidade de trabalho. Pode inclusive conduzir a outras doenças, como a ansiedade e a depressão.
Origem da dor crónica
As causas de dor crónica são variadas e incluem:
- patologias oncológicas
- doenças musculoesqueléticas
- persistência de dor após uma cirurgia
- lesões de nervos
entre outras.
Sintomas de dor crónica
Se sente que a dor monopoliza a sua vida, é intensa, incapacitante ou associada a sintomas como:
- dor ao toque
- choque elétrico
- sensação de gelo ou queimadura
não hesite em procurar ajuda.
Procure ajuda profissional
Aprender a falar abertamente do problema e procurar ajuda especializada é fundamental. Ao recorrer a um profissional especializado, o doente é avaliado de forma individualizada e elaborado um plano de tratamento, que pode consistir em medicação, técnicas terapêuticas ou encaminhamento a profissionais de outras áreas.
A medicação pode incluir vários tipos de analgésicos, bem como adjuvantes dirigidos aos vários mecanismos fisiopatológicos envolvidos na dor. As técnicas terapêuticas, quando indicadas, pretendem modular a transmissão da dor, com o objetivo de reduzir a sua perceção. São exemplo destas técnicas as infiltrações de pontos dolorosos e os bloqueios de nervos periféricos.
Embora possa não ter cura, a dor crónica pode e deve ser controlada. Quanto mais precoce for a abordagem da dor, maior será a probabilidade de sucesso.
Fonte: Drª Joana Veiga Torres – Anestesiologista (CUF)
Adicionar comentário