Em entrevista recente, ao jornal Atlantic Donald Trump referiu que, da primeira vez que chegou à Presidência dos EUA governou para o país, e que neste mandato governa o país e o mundo.
Como qualquer Imperador Donald Trump tenta governar, como se de um rei absoluto se tratasse, um rei todo-poderoso, para quem nem a Constituição o limita, nem as ordens dos tribunais acata.
A recente ida às solenes exéquias de Sua Santidade o Papa Francisco, levou-o a posteriormente, meio a sério, meio a brincar, afirmar que gostava de ser Papa, talvez porque admire o poder absoluto que o Papa exerce sobre a Igreja que lidera, em que depois de eleito em conclave pelos cardeais, a sua palavra torna-se infalível, e a quem pela autoridade, que os Católicos, acreditam lhe advém de Deus através do Espírito Santo, todos os bispos do mundo devem obedecer e lhe prestam vassalagem.
Esta admiração pelo poder papal medieval, levou-o esta semana, a manipular uma imagem sua, usando inteligência artificial, que posteriormente se apressou a publicar na sua rede social, aparecendo vestido de Papa, sentado no Trono do sucessor de Pedro, e a abençoar o povo, imagem que foi interpretada, como uma blasfémia pelos Católicos, e com uma profunda estupefação por todas as outras pessoas, que não pertencem à sua seita MAGA.
O Papa, atualmente, é somente um líder religioso, espiritual, que de acordo com os códigos do Direito Canónico, lidera única e exclusivamente a sua igreja, e não é um líder político, embora já o tenha sido na Idade Média-Baixa, quando era o Imperador da Cristandade, a quem os reis deviam vassalagem, e tinha o poder de reconhecer novos reis e reinos, como foi o caso do nosso país.
Talvez seja esse poder que Trump admira e deseje ter, o poder Imperial do Papa, para poder reinar sobre o mundo até ao fim da sua vida, duma forma autocrática, juntando na sua pessoa o poder temporal e espiritual, esquecendo-se que vivemos no século XXI e não na baixa Idade-média.
De qualquer maneira esta imagem de Trump, é no mínimo indiciosa e desrespeitosa para a comunidade católica dos EUA que o elegeu.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma

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