Fui visitar o pintor angolano, de cabinda, Cristiano Mangovo para ver as suas extraordinárias obras pintadas em telas de grandes dimensões.
Já acompanho o pintor há uns anos, tendo-o visto pela primeira vez na primeira feira de arte internacional “ARCO” que ocorreu em Portugal no ano de 2019, onde das centenas de obras de arte expostas, a que mais gostei foi uma obra de sua autoria, pela extraordinária e genial forma com que apresentava as personagens africanas, deformadas, que pareciam saídas de um sonho surreal, numa paleta cromática de cores castanhas em fundo vermelho, que sobressaía a composição equilibrada das mesmas.
O quadro na ARCO exposto impressionou-me de tal forma, que ainda o recordo perfeitamente passados que foram estes anos, cumprindo assim a função da arte, que por definição só o é, quando desperta as nossas emoções mais profundas, quer pela cor, quer pelo grotesco das figuras, e da composição e equilíbrio das mesmas no quadro em questão.
A ida ao atelier não me desiludiu, pois tive oportunidade de ver as suas novas obras, executadas pelo artista em Nova York, onde se nota a influência dos geniais “street artists” como Basquiat e TMNK, reinterpretados por Mangovo de uma forma genial, algo que só um grande artista consegue fazer, pois as novas obras de arte que apresenta, espelha tudo o que foi apreendendo e assimilando ao longo da sua ainda curta vida, e as emoções que sentiu ao realizá-las emoções que tão bem transmite e que eu como apreciador de arte também senti, no sincretismo que funde a cultura africana, americana e portuguesa.
Magistral pintor, provavelmente um pintor que ficará na história da pintura contemporânea mundial.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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