O Presidente atual dos EUA, em mina opinião, é o equivalente ao Calígula no Império Romano, o Imperador a partir do qual começou o declínio de Roma e consequentemente a perda do poder que exercia no mundo.
Quando falamos em potências falamos de poder, em vários domínios que não só o militar.
Em termos exclusivamente militares militares, os EUA ainda têm uma supremacia em relação a todas as potências atuais.
Até à queda do muro de Berlim havia duas Superpotência no mundo. Os EUA e a URSS. O mundo em termos de pólos de poder era bipolar.
Após esse evento o Mundo durante uns anos só teve uma Super-potência os EUA.
Outros países se foram desenvolvendo, e atualmente temos um mundo multi-polar, com os EUA, a China, a Índia, a EU(??), e a Rússia, que podem ser consideradas como potências globais, não existindo nenhuma Superpotência, ou seja nenhuma com Capacidades superiores às outras em todos os domínios.
Existem outros países que não são potências globais, mas regionais, a Turquia, a Arábia Saudita, o Irão e tantos outros.
A Venezuela e a Coreia do Norte são Estados problemáticos, mas não podem ser sequer considerados potências regionais.
Dito isto, os seus líderes são ditadores, sim, mas lutando pela sobrevivência dos seus regimes. O Kim quer ter a arma nuclear como seguro de vida para si e seu regime, e o Maduro tenta desesperadamente manter-se à tona de água.
Bismark dizia, no século XIX que quando haja duas potências, tenta ser a única, se houver mais…
A grande luta atualmente pelo poder faz-se entre os EUA e a China.
Os EUA com Trump e a sua política isolacionista está, infelizmente, a desistir do seu papel de líder do mundo livre e democrático.
O Trump desde a sua eleição tem sido uma desilusão, pois não quer ser, nem tem capacidade para ser o líder que o mundo carecia, com as suas políticas erráticas, de mentiras, meias verdades, manipulações das verdades e das notícias, ataques pessoais..
A NATO com o Trump deixou de ser a Aliança defensiva sólida, credível e confiável.
A UE quer queira, quer não, vai ter de se autonomizar em termos de segurança e defesa da NATO, para poder garantir a sua liberdade de ação e poder ter uma voz ativa no mundo.
Kissinger, nos vários livros que escreveu, refere sempre que para se ter poder, não basta ter as Capacidades, é necessário ter vontade de as utilizar, e que essa vontade era um potenciado das capacidades.
Visto por este prisma, a recente crise do COVID-19, está a demonstrar que nem os EUA, nem a UE, parece terem vontade de exercer qualquer tipo de poder, nem interno nem externo, e que em contra-ponto a China, não está a deixar esta oportunidade em branco, para o exercer, interna e externamente.
Nuno Pereira da Silva
Coronel de Infantaria na Reserva
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