Corrupção
No rescaldo das eleições no Brasil em que a corrupção foi o tema central, pareceu-nos importante dedicarmos algum tempo a reflectirmos sobre este assunto.
A corrupção existe desde que existe o homem, e nunca acabará, pois há sempre quem esteja disposto a corromper, para ter uma qualquer vantagem e quem esteja disposto a ser corrompido em troca de algum favor/favores, que podem ou não ser pecuniários
Em Portugal a cunha, que não é mais que uma pequena forma de corrupção, está e sempre esteve presente na nossa maneira de ser nacional, na nossa idiossincrasia. Pedir um favor a alguém bem posicionado na vida, para com base nesse favor, se ficar em vantagem em relação a outro/outros, é algo visto como normal e aceitável.
A grande corrupção no entanto, é que realmente nos preocupa, nomeadamente a relativa à promiscuidade entre os detentores de cargos políticos, a nível nacional ou local, e as empresas públicas, público-privadas e /ou privadas, em que o poder político, não raras vezes, serve simultaneamente de plataforma de projeção pessoal e de porta giratória entre alguns políticos eleitos, e as referidas empresas e vice -versa, favorecendo e potenciando que se estabeleçam entre as partes, negócios de legalidade duvidosa, e de rentabilidade garantida, durante ou depois do exercício desses cargos.
Esta grande corrupção, fruto da promiscuidade entre os políticos e os mundo dos negócios, mina, corrói, e destrói a democracia por dentro, pois só nestes regimes ao contrário dos regimes autocráticos, existe liberdade de imprensa e livre acesso à internet para os denunciar.
Nuno Pereira da Silva
Coronel de Infantaria na reserva
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