Geral Opinião

Considerações sobre o ataque de Israel ao Estado do Líbano

Atualmente entre os conceitos da guerra e paz há centenas de definições e de conceitos uma vez, que cada vez menos esses conceitos se reduzem, como no passado aos conceitos Clauswitzianos, em que a guerra era definida como a ausência de paz e vice -versa, pelo que que a classificação destas crises ou conflitos é extremamente difícil de se fazer, assim como é a de definir e classificar o tipo de ações ou de operações que são desencadeadas no decorrer destas.

Com esta dificuldade em mente quando analisamos este tipo tão diversificado de operações militares, consequência dessa matiz também tão diversificada de conceitos e de conflitos ou crises, temos sempre que ter em mente quais os conceitos que usamos para os analisar, por uma questão de coerência de análise. Baseado no que referi é difícil classificar o ataque, que alegadamente Israel está a efetuar sobre o Líbano.

A maioria dos analistas no dos relatos das notícias sobre o ataque, referiu que este poderia ter sido um ataque ciber de Israel, provocado por um hacker que faria a bateria do aparelho explodir, e provocar baixas, feridos e mortos, aos portadores dos “pagers” , e em quem estivesse na sua vizinhança próxima, algo que foi desmentido por alguns especialistas, dado que as baterias desse tipo de aparelhos serem alcalinas, que em princípio não explodem, pelo que a hipótese mais provável acerca do ataque, parece ser a da  colocação de explosivos, numa operação de sabotagem efetuada, ou à saída da fábrica de produção dos mesmos, ou na  sua distribuição, no trajeto desde a sua fabricação até ao consumidor final, ou seja, o seu utilizador.

Se a hipótese mais provável, de sabotagem, for confirmada, está por confirmar se esses aparelhos foram adquiridos por encomenda do Hezbollah, ou se  foram adquiridos no mercado, aleatoriamente, por qualquer utilizador no Líbano, o que de qualquer das formas, e por desconhecimento deixa indiscriminadamente aterrorizada toda a população Libanesa, e não só o Hezbollah, que a propósito considero um grupo terrorista, por não ter como objetivo conquistar o poder, mas sim aterrorizar os seus inimigos israelitas, ao serviço do Irão.

Quer tenha sido uma sabotagem, que necessita de espiões, ou de elementos de operações especiais para efetuar colocação de explosivos nos “pagers”, quer tenha sido um Hacker, para se detonarem os aparelhos é sempre necessário a ativação de um sinal eletrónico, pelo que de qualquer forma classifico a operação, como sendo encoberta, não convencional, em que a componente ciber é fundamental, se adotarmos o conceito das unidades ciber dos alemães, que nos seus Batalhões ciber, tem subunidades de guerra eletrónica, e outras de Hackers, para efetuarem ciberataques e ciberdefesas, unidades essas dependentes dum Comando Operacional, subordinado ao Chief of Defence.

Esperemos que este ataque israelita, não provoque o escalar dum conflito generalizado na região, pelo sim pelo não os EUA alegaram imediatamente o desconhecimento prévio desta ação.

Vamos ver como decorrerá a reunião do conselho de urgência da ONU marcado para 20 de setembro, e aguardo com expectativa saber qual o posicionamento dos EUA, no decorrer da mesma, para saber se Israel vai, ou não merecer uma condenação deste, a propósito deste ato de guerra, que já matou e feriu alguma crianças, que certamente são civis indefesos.

Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma

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Nuno Pereira da Silva

Coronel de Infantaria na Reserva

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