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Considerações finais sobre o hipismo nos Jogos Olímpicos parte 2

Foto: FEI/ Hippo Foto – Dirk Caremans

Saltos de obstáculos

Os percursos estiveram na generalidade bem montados, exigentes quer tecnicamente quer em dimensões dos saltos, pois poucos cavaleiros conseguiram limpar as provas, o que é o objetivo, mas penso que estavam nos limites máximos das alturas que os cavalos podem atingir, com esforços sucessivos, atendendo que não são provas de potência, nem de saltos de altura.

Foram utilizados obstáculos que não se têm visto ultimamente em concursos internacionais, como a barra de spas, a vala e muros com formas estranhas, um deles tinha em relevo a rosácea da Notre Dame, e outro estranho que tinha um ecrā com as flores provençais, que não sendo propriamente um mudo, podia provocar algum desconforto ao cavalo e ao cavaleiro semelhante ao muro.

A decoração das anteparas e mesmo o enchimento dos obstáculos estavam muito bem feitas e mostravam alguns dos ícones da capital francesa, assim como o enquadramento da pista, com Versailles em pano de fundo foi uma excelente, escolha , tanto para os obstáculos, como para todas as outras disciplinas equestres que se desenrolaram nesse local idílico.

Os comissários de pista desempenharam um papel excelente e, para mim um pouco por excesso, eliminaram alguns concorrentes, pelo facto de verificarem algum sangramento após as provas, algo que também foi comum nas três disciplinas, para não dar azo a que os fanáticos do bem estar animal pudessem manifestar o seu hediondo e injustificado ódio a todas as utilizações de animais, em qualquer atividade.

Só vi um cavaleiro com pingalim, algo que no passado era vulgar, mas que caiu em desuso, e de uma maneira geral os cavalos estavam equilibrados e ensinados não sendo preciso grande intervenção com as mãos, pois como dizia o coronel Vasco Ramires, se os cavalos estiverem equilibrados e ensinados, eles próprios não falham uma batida, desde que não os surpreendamos.

Claro que como sabemos o equilíbrio para a disciplina de obstáculos é diferente do da dressage, o cavalo tem de ter a cabeça levantada para se aperceber da profundidade do obstáculo, no entanto tem que colocar o seu peso nos posteriores, para poder saltar.

Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma

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