Opinião

Comemorações do armistício da I Guerra Mundial

Quero com esta crónica recordar um acontecimento marcante da nossa história do século XX, a nossa participação na I Grande Guerra, dado que no dia 11 de Novembro de 1918, foi assinado o armistício que pôs fim à Guerra, em que Portugal participou com o objetivo de manter as possessões Ultramarinas, tendo-o conseguido cabalmente, uma vez que vencemos a guerra em conjunto com os aliados.

Há um pormenor interessante da nossa participação na I Guerra Mundial, desconhecida da maioria dos Portugueses, referente ao facto de termos sido nós a declarar guerra aos alemães, após aprisionarmos os navios comerciais alemães que estavam atracados no Porto de Lisboa, tendo-os posteriormente cedido aos Ingleses para participarem no esforço logístico Britânico, contra a própria vontade dos nossos aliados que, estavam relutantes em deixar os portugueses participar diretamente na Guerra, dado considerarem que não estávamos preparados para nela entrar.

Entrámos na Guerra quer na Europa, quer em Moçambique e Angola, onde tanto numa frente como nas outras estávamos mal treinados, mal equipados, como resultado dum enorme desinvestimento nas Forças Armadas, muito semelhante ao que atualmente se passa, em que estamos praticamente no Zero Militar.

Fizemos nos três Teatros de Operações das tripas coração, sofremos enormes baixas, mas mantivemos as colónias que, foram durante séculos, o nosso grande objetivo estratégico.

Passados 102 anos saúdo os nossos heróicos soldados, a sua bravura, a sua resistência e abnegação, no cumprimento dos objetivos que, como sempre, são designados pela política, embora sejam os militares que os cumprem.

Nuno Pereira da Silva
Coronel de Infantaria na Reserva

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Nuno Pereira da Silva

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